O Brasil no cenário da eletromobilidade e suas perspectivas e desafios foi tema de webinar que contou com a presença da ABDI
O Brasil é um país com enorme potencial para adotar um modelo de mobilidade baseado em eletromobilidade. Para isso setor privado e governo têm que trabalhar juntos para aproveitar as condições favoráveis que o país oferece. “Precisamos como país – seja setor público ou privado – agir de maneira altiva e ativa. Sempre fomos liderança na área de sustentabilidade e a eletromobilidade bebe dessa fonte”, afirmou Igor Calvet, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), durante webinar sobre eletromobilidade.
Igor participou da 1ª Conferência da Plataforma Nacional de Mobilidade Elétrica em dois painéis, nos dias 18 e 19 de novembro, nos painéis MADE IN BRAZIL – Novos Caminhos para a Indústria Brasileira; e APONTANDO O CAMINHO – Um Plano Nacional de Mobilidade Elétrica. O evento online ocorreu, entre os dias 16 e 19 de novembro, em formato virtual, e reuniu especialistas nacionais e internacionais para debater com profundidade a mobilidade elétrica no Brasil.
Quando se fala em política sustentável, a preocupação no Brasil deve ir além da produção de novos veículos, e se voltar também para frota circulante, ressaltou Margarete Gandini, do Ministério da Economia. “Na política automotiva, o que temos feito é não enrijecer a rota tecnológica de motorização e sim definir metas cada vez mais restritas de emissões”, disse. O Rota 2030 sustentabilidade, completou, já vem com medidas voltadas não somente para as emissões do carro que está rodando mas também da produção e da circulação. “Nós queremos até 2030 fazer o tratamento das emissões da operação toda do sistema de mobilidade e logística até a ponta”, explicou.
O transporte coletivo urbano foi citado por Iêda Oliveira, diretora da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE/Eletra), como segmento interessante para “para puxar a onda” de eletromobilidade no Brasil. Segundo ela, será preciso “investir muito em infraestrutura, criando recarga de oportunidade. Além de promover junções, unindo tecnologias e investir em recarga”. Ieda ressaltou que, no Brasil, já existe uma cadeia consistente de veículos pesados elétricos instalada e a aposta agora é que o segmento de logística será o grande incentivador. “Essa é uma oportunidade para desenvolver essa cadeia e preparar a entrada dos veículos novos que serão renovadas por veículos elétricos”, disse.
Para que haja uma estratégia coordenada de mobilidade elétrica no Brasil, de acordo com Igor Calvet, é preciso que o país tenha governança clara e financiamento. “Qualquer estratégia que não apresente recursos vai ficar apenas na boa intenção”, disse. Aliado a isso, um passo importante é priorizar projetos que já tenham demonstrado maior possibilidade de sucesso. “Aquele que está mais perto do gol”, complementou Anie Amicci, BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
A ABDI possui projetos de mobilidade elétrica já em andamento no Distrito Federal, em parceria com o Governo, o Vem-DF, e com o Governo do Paraná. Nos dois foram firmadas parcerias para utilização de carros elétricos na frota pública. “Em menos de um ano de projeto, no Distrito Federal, evitamos a emissão de quatro toneladas de CO2 na atmosfera. São projetos com mais concretude e que geram informações importantes para a tomada de decisão”, explicou Igor.