Com encerramento em 25 de novembro, a 30ª edição da Conferência Anprotec de Empreendedorismo e Ambientes de Inovação destacou cases internacionais e foi palco do lançamento de edital do MCTI para apoiar a inserção de pesquisadores em empresas incubadas
O segundo dia da 30ª Conferência Anprotec, realizada nesta terça (24 de novembro e 2020), destacou cases internacionais e foi palco do lançamento de edital do MCTI para apoiar a inserção de pesquisadores em empresas incubadas. Com encerramento em 25 de novembro, a iniciativa da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) acontece em formato 100% digital.
A 30ª edição da Conferência Anprotec de Empreendedorismo e Ambientes de Inovação tem foco no tema central “Ambientes de Inovação 4.0: Desafios e Oportunidades na Nova Dinâmica Global”. O Painel de Abertura contou com a participação do presidente da Anprotec, Francisco Saboya, do professor da USP e ex-presidente da Anprotec, Guilherme Ary Plonski, e do CEO da Haifa Economic Corporation, Or Shahaf, e do diretor de políticas públicas do Global Steering Group for Impact Investment, Sebastian Welisiejko.
Ao apresentar Or Shahaf e a Haifa Economic Corporation, o professor Ary mencionou que o ecossistema de inovação de Israel faz parte do estudo “Ecossistemas de Empreendedorismo Inovadores e Inspiradores”, lançado pela Anprotec e o Sebrae em junho desse ano. A publicação, que traz um estudo de benchmarking dos ecossistemas de inovação internacionais de Berlim (Alemanhã), Manchester (Inglaterra), Haifa (Israel) e Toronto (Canadá); e de três cidades brasileiras: Santa Rita do Sapucaí-MG, Campina Grande-PB e Porto Alegre-RS, está disponível para download aqui.
Israel é muito reconhecido em termos de inovação tecnológica devido ao seu impacto no desenvolvimento da economia nacional e nos índices de bem-estar da população. E, em termos de empreendedorismo, o país se destaca em fatores como infraestrutura física e digital de qualidade; alto investimento no ensino primário e secundário; universidades e escolas de engenharia de classe mundial; alto nível de aspirações empreendedoras; e redes sociais fortes.
Ao falar sobre a região, Or Shahaf também destacou o centro tecnológico Matam, reconhecido como um dos parques mais importantes de Israel e a alta de quantidade de Prêmios Nobel dos cientistas israelenses.
O diretor de políticas públicas do Global Steering Group for Impact Investment, Sebastian Welisiejko, é argentino e trouxe a perspectiva da América Latina ao debate. Ele iniciou sua participação concordando com a fala inicial do presidente da Anprotec, Francisco Saboya, que ressaltou que a pandemia de Covid-19 não apresentou práticas novas para a sociedade, mas acelerou as que o mundo já estava vivenciando.
De acordo com Welisiejko, há evidências de que as empresas que se preocupam com o impacto socioambiental de suas atividades se dão melhor financeiramente. E, dentro desse contexto, existem duas tendências principais. “Por um lado, é preciso perceber que os consumidores estão demandando cada vez mais responsabilidade das empresas. Eles se questionam: ‘será que pagam salários justos? Degradam o meio ambiente? E, por outro lado, é crescente o número de investidores que buscam os negócios de impacto. Vocês estão preparados?”, explicou o diretor de políticas públicas do Global Steering Group for Impact Investment, já acrescentando a tendência adicional da obrigação dos governos na monetização do impacto. “Teremos uma grande mudança e já está no caminho. A Estratégia Nacional de Investimentos e Negócios de Impacto (ENINPACTO) é um exemplo muito interessante sobre como começar a criar um marco de impacto em sua empresa”.
Após as apresentações, os palestrantes participaram do debate com o público presente e o moderador Ary Plonski. Para eles, é necessário construir valor social para diminuir a lacuna no acesso à tecnologia e educação. “É preciso impulsionar políticas públicas para a infância no curto prazo. O que estamos fazendo para levar esses jovens para as escolas? No futuro, o custo social disso será mais alto do que qualquer custo com políticas para levá-los à escola hoje”, ressaltou Welisiejko.
Or Shahaf também destacou a importância da integração municipal “As cidades são as unidades geopolíticas mais relevantes da nossa época”, disse o CEO da Haifa Economic Corporation.
O professor Ary encerrou o painel dando o exemplo da cidade de Recife, em Pernambuco, com a atuação local do Porto Digital, e ressaltando o papel fundamental da Anprotec nesse contexto para o ecossistema de inovação brasileiro.
LANÇAMENTO DE EDITAL DO MCTI PARA APOIAR A INSERÇÃO DE PESQUISADORES EM EMPRESAS INCUBADAS
Com o seu primeiro dia dedicado à Oficina Liderança 4.0 para gestores de ambientes de inovação, a 30ª Conferência Anprotec deu início a suas sessões plenárias e painéis temáticos trazendo novidades. Durante o painel “Sessão de dúvidas e propostas para Agências e Entidades de Fomento: MCTI, CNPQ, e FINEP”, o evento recebeu o anúncio de um novo edital para apoiar a inserção de pesquisadores em empresas vinculadas às melhores incubadoras do país.
A iniciativa faz parte do Programa Nacional de Apoio aos Ambientes Inovadores – PNI e é promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec). A chamada será operacionalizada dentro do programa Programa de Formação de Recursos Humanos em Áreas Estratégicas (RHAE).
Durante o lançamento, Paulo Alvim, Secretário de Empreendedorismo e Inovação do MCTI, ressaltou que o incentivo à inserção de mestres e doutores no mercado de trabalho é uma diretriz antiga do CNPq e do próprio MCTI, já que o programa RHAE foi um dos primeiros criados pelo ministério, ainda em 1987. “As incubadoras e parques tecnológicos brasileiros já formaram centenas de empresas de base tecnológica que têm contribuído com a solução de diversos problemas brasileiros e com a melhoria da qualidade de vida de nossa população. O MCTI vê neste programa uma forma de fortalecer ainda mais estes mecanismos de inovação”, explica.
Para Evaldo Vilela, presidente do CNPq, a chamada também traz uma ótima oportunidade para mestres e doutores formados no país. “O CNPq tem como missão primordial o fortalecimento da pesquisa básica, a formação de mestres e doutores. Mas nós também temos que nos preocupar com utilização dessa mão-de-obra, que é extremamente qualificada. As incubadoras e parques tecnológicos presentes no país abrigam milhares de startups capazes de apresentar desafios, criar oportunidades e extrair o máximo desses profissionais”, disse.
A iniciativa tem como objetivo fomentar projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I) de micro e pequenas empresas vinculadas à incubadoras certificadas ou que estejam em processo de obtenção da certificação Cerne, programa da Anprotec que qualifica as práticas dos ambientes de inovação.
Para Carlos Eduardo Aranha, que representou a Anprotec no lançamento do edital, a chamada também consolida a importância de um dos programas mais antigos da Associação. “Através do Cerne, a Anprotec fortalece a gestão destes empreendimentos que foram responsáveis pelo nascimento e crescimento de milhares de startups ao longo dos últimos anos. Ver que o MCTI e o CNPq entendem a certificação Cerne como um diferencial na hora de aportar recursos, só mostra que estamos no caminho certo”, apontou Aranha.
Participaram ainda do lançamento do edital Jorge Audy, ex-presidente da Anprotec e moderador do painel, e Odir Dellagostin, presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap).
SOBRE A CHAMADA
A chamada pública será divulgada no site do CNPq (http://cnpq.br/chamadas-publicas) e as empresas terão até o dia 28 de janeiro de 2021 para submeterem suas propostas.
As propostas aprovadas serão financiadas com recursos no valor global de R$ 5 milhões. Estima-se que sejam apoiados pelo menos 55 projetos com recursos do MCTI. Os projetos terão o valor máximo de financiamento de R$ 90 mil e duração de até 24 meses. Uma parcela mínima de 30% dos recursos será destinada para propostas de empresas vinculadas à incubadoras sediadas nas regiões Norte, Nordeste ou Centro-Oeste. Serão concedidas bolsas de fomento do CNPq, por até 18 meses, nas modalidades DTI (Desenvolvimento Tecnológico Industrial), EV (Especialista Visitante) e SET SET (Fixação e Capacitação de Recursos Humanos).
INCUBADORAS DE EMPRESAS BRASILEIRAS
De acordo com último mapeamento realizado pelo MCTI em parceria com Anprotec ( https://informativo.anprotec.org.br/mapeamento-dos-mecanismos-de-geracao-de-empreendimentos-inovadores), existiam 363 incubadoras de empresas ativas no Brasil, que eram responsáveis por 3.694 empresas incubadas e 6.143 empresas graduadas. Estima-se que, em 2017, as empresas incubadas geraram 14 mil postos de trabalho diretos, recolheram R$ 110 milhões em tributos e tiveram um faturamento anual de R$ 550 milhões. Por sua vez, as empresas graduadas foram responsáveis pela geração de 56 mil postos de trabalho diretos, recolheram R$ 3,6 bilhões em tributos e faturaram cerca de R$ 18 bilhões.
PROGRAMAÇÃO 25 DE NOVEMBRO (ENCERRAMENTO)
9h às 10h30 – Painel 1 – Capital Humano
Abordagem: Com o tempo, o turnover também pode ser reduzido e o investimento em boas práticas pode ser pago com a redução de custos e prejuízos associados ao elevado índice de demissão, por exemplo. Palestrantes: Iara Neves, diretora Técnica da Anprotec; Anna de Souza Aranha, diretora da Quintessa, aceleradora de negócios de impacto; e Júlia Melo, diretora Nacional do Amani Institute no Brasil.
09h às 10h30 – Painel 2 – Inovação Aberta
Abordagem: Como os ambientes de inovação atuam na transformação das indústrias tradicionais? Palestrantes: Arthur Gibbon, presidente da Reginp; Alexandre Mosquim, responsável por Inovação Aberta na Vale; Marcos Calderon, líder de inovação aberta na Vale; e Luís Fernando Guggenberger, executivo de Corporate Venture da Vedacit Soluções Tecnológicas.
09h às 10h30 – Painel 3 – Financiamento
Abordagem: Como os ambientes de inovação devem estar alinhados com os investidores e empreendedores para a sustentabilidade do ecossistema de inovação Brasileiro? Palestrantes: Jardel Mattos, diretor de Redes e Associados da Anprotec, Graziella Comini, coordenadora do Centro de Empreendedorismo Social e Administração do Terceiro Setor (CEATS); Rodrigo Menezes, Founding Partner Derraik & Menezes Advogados; e Tecia Vieira Carvalho – Presidente do Núcleo de Estudos e Pesquisas do Norte e Nordeste (NEPEN).
09h às 10h30 – Painel 4 – Desafio Cidades
Abordagem: Como os ecossistemas de inovação podem alavancar o desenvolvimento urbano sustentável? Palestrantes: Carlos Eduardo Aranha, diretor de Novos Ambientes de Inovação da Anprotec; Luiz Carlos Pinto da Silva, coordenador do Pacto Alegre; Vinicius Lages, diretor técnico do Sebrae Alagoas; Rodolfo Fiori, cofundador da Gove.
09h às 10h30 – Painel 5 – Tecnologias
Qual o papel dos ambientes de inovação para a geração de tecnologia na nova dinâmica global? Palestrantes: Rodrigo Mendes, diretor de Relações Internacionais da Anprotec; Ana Calçado, diretora Presidente da Wylinka; e Mariana Fonseca, cofundadora da Pipe.Social.
11h às 12h30 – Apresentação de Trabalhos
13H30 ÀS 17H30 – FÓRUM SEBRAE DE INOVAÇÃO
13h30 – Abertura
Palestrante: Paulo Puppin Zandonadi, gerente-adjunto da unidade de inovação do Sebrae Nacional.
13h35 – Estratégia CATALISA de Inovação Aberta & plataforma WorldLabs
Agnaldo Dantas, analista Técnico da Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia do Sebrae Nacional.
13h55 – Lançamento do Edital Catalisa ICT
Palestrante: Hulda Giesbrecht, analista de Inovação do Sebrae Nacional.
14h10 – Painel Pesquisador & Empreendedor
Palestrantes: Rochel Montero Lago, professor da UFMG; Fernanda Checchinato, CEO Founder da Aya Tech; Edleno Moura, professor do Instituto de Computação da UFAM; e Paulo Renato Cabral (moderação), gerente da unidade de inovação do Sebrae Nacional.
15h10 – Ecossistemas locais de inovação catalisando inovação aberta
Palestrante: Paulo Renato Cabral (moderação), gerente da unidade de inovação do Sebrae Nacional.
15h40 – Painel Catalisa CORP – inovação aberta com corporates
Palestrantes: Rafael Castro, especialista em Inovação Aberta do Sebrae Nacional; Luiz Henrique Costa, sócio-diretor da Qualidados Engenharia; Luiz Carvalho, líder do o escritório de projetos em parceria público/privada do Parque Tecnológico SJC; Rodrigo Dienstmann, fundador, CMO e head de experience design da Mondo DX; Pierre Satiro, head Corporate e COO do Inovabra Habitat; João Bosco Estevam, gerente de Inovação da Bancorbrás; Giovana Gohr Serenato (moderação), analista da Unidade de Inovação do Sebrae Nacional.
16h30 – Programa Ecossistemas Locais de Inovação (ELI)
Palestrante: Krishna Aum, coordenador de projetos de inovação do Sebrae Nacional.
16h50 – Painel Como os ambientes podem dinamizar os ecossistemas de inovação? Palestrantes: Leandro Carioni, diretor Executivo na Fundação CERTI; Fabrício Bianchi, gerente Regional Norte Sebrae-PR; e Evelyne Labanca (moderação), Analista de inovação do Sebrae Nacional.
17h30 às 19h – Plenária de Encerramento
Palestrantes: Fernanda Bombardi, gerente Executiva do Instituto de Cidadania Empresarial; Jorge Audy, superintendente de inovação e desenvolvimento da PUC-RS (ex-presidente e conselheiro da Anprotec); Célia Cruz, diretora Executiva do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE); e Francisco Saboya, presidente da Anprotec.
A programação completa está disponível em: https://anprotec.org.br/conferencia2020/programacao/
Com informações Comunicação 30ª Conferência Anprotec
Assessora de Imprensa da Necta – Conexões com Propósito