Certamente, os desafios que o mundo enfrenta agora são sem precedentes, especialmente pela velocidade com que se impuseram
Por Sergio Jacobsen, CEO da área de Smart Infrastructure da Siemens
Em 2021, completo duas décadas de carreira, vivida dentro da Siemens ou em projetos da empresa. E, desde que entrei, como estagiário, tenho lidado de perto com mudanças rápidas e transformadoras. A primeira foi assim que cheguei para trabalhar na nova área de automação de energia, com relés de proteção digitais, que entravam no país naquele momento. Eu nem havia concluído a minha graduação com uma formação voltada para a eletromecânica e tive de aprender rapidamente sobre algo muito novo.
Depois disso, minha trajetória seguiu em constante intercâmbio com a Siemens da Alemanha não só para trazer ao Brasil soluções, mas adequá-las à nossa realidade. Participei, assim, de perto, dos primeiros negócios de redes inteligentes, vi-os evoluir para o conceito de cidades inteligentes. Pouco mais de um ano à frente de Smart Infrastructure, tenho agora o desafio de, junto aos nossos colaboradores, dar continuidade ao pioneirismo da empresa e oferecer soluções inovadoras e completas para digitalização em energia.
Você deve estar se perguntando por que estou falando disso e eu explico – não é só nostalgia. Atuar tão de perto com tecnologia de ponta e as constantes renovações que a envolvem me trouxe aprendizados que acho válidos neste momento que vivemos uma pandemia de Covid-19. O principal deles é que tudo muda o tempo todo, e isso não é só para o nosso mercado. Mudam os concorrentes, os produtos, os clientes, a forma de vender, o perfil dos profissionais. E ser incansável e estar aberto a se adaptar aos novos cenários, até ao inesperado, são, cada vez mais, requisitos tão fundamentais a executivos e empresas quanto ter uma estratégia consolidada de negócios.
Certamente, os desafios que o mundo enfrenta agora são sem precedentes, especialmente pela velocidade com que se impuseram. Mas, ao olhar para trás e lembrar das diversas vezes que tive de vender não apenas um produto, mas um conceito que a maioria das pessoas não conhecia ou das situações complexas que enfrentamos e estavam além de nós, eram conjunturais, reconheço a urgência de fortalecer nas culturas corporativas a mentalidade de que as mudanças e até mesmo as crises vão acontecer e que devemos estar atentos às oportunidades que há nelas.
Como toda empresa, a Siemens tem tido de repensar como atuar e se relacionar com seus públicos internos e externos. De ganhos gerais, já vejo, por exemplo, a aceleração de tendências como o teletrabalho e, por consequência, a consolidação das reuniões virtuais e a redução dos tempos de deslocamento – embora, gosto de frisar, a interação presencial não deve ser deixada de lado, pois é fundamental às pessoas e às companhias. As estratégias de negócios também foram revisitadas para que pudéssemos apostar em novos usos das nossas tecnologias e em segmentos com maior demanda durante a crise.
Além das chances de encontrar ganhos nessas adaptações em busca do reequilíbrio, vejo que o momento é propício às empresas para outros tipos de mudanças, sobretudo as que envolvem, além da sustentabilidade financeira, o que querem construir para o futuro. Ou seja, ao ter de reavaliar as estratégias e os custos operacionais, tem-se também a oportunidade de otimizar a gestão dos recursos e agregar impacto positivo às atividades. E, neste aspecto, nós, da Siemens, queremos ser parceiros, com as nossas soluções de eletrificação, automação e digitalização centradas no uso mais eficiente e na integração de fontes de energia limpa. Com isso, almejamos, a partir deste difícil momento, alavancar o desejo de construir juntos melhores lugares para se viver e economias e cidades mais resilientes.