No projeto e na execução de obras, este empreendimento público deverá gerar 14 mil empregos em Curitiba, entre diretos (4.380), indiretos (2.336) e induzidos (7.300)
A Prefeitura de Curitiba e a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) formalizaram, nesta sexta-feira (24/7), o financiamento para o Projeto Gestão de Risco Climático Bairro Novo do Caximba.
Serão € 47,6 milhões (Euros) em investimentos – € 38,1 milhões da AFD e € 9,5 milhões em contrapartidas do município – na maior intervenção socioambiental da história recente da cidade. O montante em reais equivale a cerca de R$ 290,3 milhões (com o Euro cotado a R$ 6,1).
No projeto e na execução de obras, este empreendimento público deverá gerar 14 mil empregos em Curitiba, entre diretos (4.380), indiretos (2.336) e induzidos (7.300).
O contrato foi celebrado em videoconferência do prefeito Rafael Greca com o encarregado de Negócios da Embaixada da França no Brasil, Olivier da Silva, representando a embaixadora Brigitte Collet, e o diretor regional da AFD Brasil, Philippe Orliange. O evento também contou com a participação, de forma on-line, do senador Oriovisto Guimarães, relator do projeto de financiamento aprovado no Senado Federal, o deputado federal Pedro Lupion e o vereador Pier Petruzziello, líder do governo na Câmara.
“É com grande alegria que hoje fazemos história”, afirmou o prefeito.
Greca lembrou que já no primeiro momento desta gestão reuniu-se com representantes do Ministério Público do Meio Ambiente e a Polícia Ambiental para tratar da situação do Caximba.
“Denunciei a Prefeitura de Curitiba e demais autoridades por omissão ao deixarem formar essa ocupação onde o Rio Barigui encontra o Rio Iguaçu”, disse. “Quem não sentir a dor dos outros, não tem o direito de ser considerado humano”, completou o prefeito em citação de verso do poeta persa Saadi Shirazi.
Segundo Greca, foi a partir de uma visita ao local, feita no ano de 2015, que ele decidiu concorrer a prefeito. “Ao ver cerca de duas mil famílias morando sobre o pântano, paulatinamente aterrado por lixo de construção, fiquei chocado e fiz o propósito de concorrer novamente às eleições municipais para voltar à Prefeitura após uma longa trajetória”, contou.
RESILIÊNCIA URBANA
Para o encarregado de Negócios da Embaixada da França no Brasil, Olivier da Silva, o Projeto Gestão de Risco Climático Bairro Novo do Caximba poderá ser um modelo de resiliência urbana.
“Estima-se que 10.400 pessoas do bairro e municípios adjacentes serão beneficiadas diretamente pelo projeto e 669 mil pessoas, indiretamente”, observou o diplomata.
“Trata-se de um programa integrado e multisetorial plenamente alinhado ao Acordo de Paris e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. São inciativas que não nascem ao acaso, necessitam da visão promovida pelo prefeito e da ousadia que Curitiba prova que não lhe falta, como também de parcerias para dar forma às ações globais pelo desenvolvimento sustentável”, completou o representante da Embaixada da França no Brasil.
O diretor Regional da AFD Brasil/Conesul, Philippe Orliange, destacou Curitiba como a primeira parceira da Agência Francesa no Brasil e a agilidade no processo de aprovação mesmo em tempos de pandemia. Para ele, o Projeto do Caximba será uma fonte de inspiração para a AFD.
“A preparação do projeto começou em julho de 2018. Foi aprovado pelo Conselho de Administração da Agência em dezembro de 2019 e assinamos em julho de 2020. Foi um rito de preparação rápido”, observou.
“É relevante destacar que, mesmo durante a pandemia, a cooperação internacional não para. São esforços coletivos que vão gerar frutos para Curitiba”, frisou Orliange.
NOTA A
Atuantes pela aprovação do projeto em Brasília, os parlamentares paranaenses, deputado federal Pedro Lupion e o senador Oriovisto Guimarães, celebraram a assinatura do contrato de financiamento. Lupion destacou que o projeto irá resgatar a dignidade da população que vive no Caximba e a agilidade da equipe municipal.
“É um investimento importante para a transformação de uma área da cidade de Curitiba. A Prefeitura tem uma administração que se preocupa com as pessoas”, disse.
Relator do projeto de financiamento aprovado no Senado Federal, o senador Oriovisto Guimarães disse que a aprovação unânime do projeto se deve ao mérito e porque Curitiba tem crédito junto ao governo federal.
“Tive satisfação muito grande ao relatar esta matéria no Senado Federal. Foi aprovado porque Curitiba tem nota A, a melhor nota de crédito possível na classificação do Ministério da Economia e do Banco Central”, observou o senador Oriovisto Guimarães.
PARTICIPANTES
Acompanharam o prefeito, a primeira-dama, Margarita Sansone; o vice-prefeito Eduardo Pimentel; o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Luiz Fernando Jamur; a chefe de Gabinete, Cibele Fernandes Dias; a coordenadora do projeto do Caximba junto ao Gabinete, Cynthia Maia Batista; a secretária Municipal do Meio Ambiente, Marilza Dias; o presidente da Cohab-CT, José Lupion Neto; o secretário de Planejamento, Finanças e Orçamento, Vitor Puppi; o secretário municipal de Obras Públicas, Rodrigo Rodrigues; a procuradora-geral do Município, Vanessa Volpi; a secretária da Comunicação Social, Monica Santanna; e o assessor de Assuntos Internacionais da Prefeitura, Rodolpho Zanin Feijó.
As equipes técnicas do Ippuc, Cohab, Meio Ambiente e da Regional Tatuquara acompanharam o evento remotamente.
On-line a partir da França, por parte da AFD, participaram a gerente responsável pelo Brasil, Ornella D’Amico, a gerente de Projetos de Desenvolvimento, Delphine Le Duff, e o consultor Killian Grippon. De Brasília, o gerente de projetos da AFD, Rogério Barbosa, Isabela Maia e Rachel Álvares.
29 DE OUTUBRO
O ponto de partida do projeto é o reassentamento de famílias da Ocupação 29 de outubro, instalada em Área de Proteção Ambiental (APA), em terreno de propriedade do Instituto das Águas do Paraná.
O projeto prevê a realocação de 1.147 unidades habitacionais de forma a garantir a segurança e a qualidade de vida das pessoas, bem como a conservação das bacias dos Rios Iguaçu e Barigui e dos ecossistemas existentes na região.
O conjunto das ações se soma à implantação de um dique de contenção de cheias, construção de um parque linear, urbanização da faixa edificável, adequação viária e infraestrutura de transporte, de saneamento e de abastecimento de água e energia elétrica na área consolidada.