Como o impacto do coronavírus irá afetar o planejamento das cidades e quais são as novas tendências que despontaram durante a pandemia
Especialistas dizem que, quando a pandemia global acabar, o mundo que as pessoas irão encontrar será completamente diferentes de antes. Futuristas internacionais apontam que o vírus serve com um acelerador de futuros, apressando mudanças que já estavam acontecendo. A relação com a cidade e os espaços públicos, assim como transformações sociais e econômicas, passaram por transformações e diferentes tendências despontam no cenário pós pandemia.
O IBGE registrou um aumento de 20% no trabalho remoto entre os anos de 2017 e 2018– com medidas de isolamento social, muitas empresas passaram pelo processo de adaptação a essa modalidade e perceberam que, além de ser mais viável economicamente, existe um aumento de produtividade. Com o aumento da adoção do trabalho remoto, a maneira com que a população se desloca, em especial a utilização do transporte público, deve mudar quando a volta à normalidade.
Outra tendência forte criada em resposta ao isolamento social são shows e espetáculos online, que conecta artistas com um grande número de telespectadores utilizando a tecnologia de plataformas de streaming. Além disso, toursvirtuais em museus ganharam destaque, promovendo o uso da tecnologia para conectar pessoas em experiências culturais imersivas, sem necessitar de deslocamento.
A crise financeira decorrente do coronavírus também está mudando os hábitos de consumo da população: de acordo com o Copenhagen Institute for Futures Studies, consumidores estão buscando ter menos bens materiais e procuram consumir de maneira consciente. Cada vez mais, se leva em consideração o impacto ambiental e até mesmo o impacto social que o consumo trás, o que leva pessoas a consumirem em menor quantidade e também se engajarem mais em produtos e marcas que tenham maior engajamento com causas sociais.
Todas essas mudanças só são possíveis graças ao uso de novas tecnologias: o coronavírus acelerou processos de digitalização e as cidades sairão da pandemia mais conectadas que nunca. Cada vez mais, processos de análise de algoritmos estão sendo desenvolvidos, aliando políticas públicas à BIG DATA, IoT e Cybersecurity: o Connected Smart Cities realizou uma série de matérias sobre novas tecnologias dentro de cidades inteligentes, clique aqui para conferir as matérias.
A tendência é que, dentro do contexto de cidades, a população passe a valorizar mais o que é local: campanhas intensivas para que as pessoas consumissem em pequenos comércios dentro de seus bairros podem contribuir para a ampliação dos ‘mapas afetivos’ que a população possui com sua cidade.
Com isso, talvez o maior impacto que o coronavírus deixou para as cidades é a maior abertura a mudanças: tanto empresas e gestores públicos, quanto instituições de ensino, artistas, comércios e diversos setores da sociedade, tiveram que se adaptar às pressas a nova realidade e tornar a tecnologia uma aliada nesse processo.