Em um mundo cada vez mais conectado, se torna essencial para gestores públicos adotarem tecnologias de armazenamento de dados para auxiliar no planejamento das cidades
A tecnologia está se tornando cada vez mais essencial na vida das pessoas. A sociedade atual está organizada em torno dos meios de comunicação e, pensando nisso, a evolução tecnológica infundiu uma nova era na qual o acesso à rede e a informação ditam as regras. Nesse novo contexto, o poder está centralizado em quem possui a expertise em analisar grandes quantidade de dados e o Big Data se revelou essencial na construção de cidades mais inteligentes e conectadas.
O termo Big Data foi inicialmente utilizado como maneira de caracterizar dados que excediam a capacidade de processamento de sistemas de banco de dados tradicionais. O conceito está atrelado ao volume, sendo esse o tamanho dos dados criados a partir de fontes; velocidade, que é a rapidez com que dados são gerados, armazenados, analisados e processados; e pela variedade, que refere-se aos diferentes tipos de dados gerados.
Além disso, outros conceitos passaram a permear o Big Data com o desenvolvimento dessa tecnologia, sendo esses a veracidade, ou seja, a exatidão dos dados armazenados; a variabilidade, já que a estrutura e significado dos dados tende a mudar constantemente; e o valor, referindo-se a vantagem que uma grande quantidade de dados pode proporcionar para um negócio baseado justamente na coleta, análise e gerenciamento de dados.
Na prática, isso significa que o volume de produção de dados tem aumentado exponencialmente todos os anos e a necessidade de estruturar essas informações nunca foi tão importante. Com essa nova massa de dados, é inevitável a construção de novas ferramentas capazes de gerenciar essas informações e proporcionar o desenvolvimento de soluções voltadas para os mais diferentes setores da sociedade, sendo talvez o principal deles a cidade.
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BIG DATA E SMART CITIES
No contexto de cidades, smart cities são aquelas que conseguem utilizar o Big Data para facilitar o planejamento urbano, melhorar os serviços públicos, reduzir custos e também facilitar o contato entre gestores públicos e cidadãos. Neste sentido, as informações geradas pela população sempre foram essenciais para a gestão de uma cidade e, com o avanço da tecnologia e popularização de mídias sociais, é possível que o governo consiga utilizar o conjunto de informações geradas através da digitalização da vida social.
Uma cidade inteligente envolve recursos tecnológicos, institucionais e humanos. Pensando nisso, não basta apenas investir em tecnologia: o engajamento dos cidadãos é essencial para a construção de uma cidade. O ‘cidadão inteligente’ é aquele que auxilia na gestão urbana gerando informações, mapeando e discutindo questões que permeiam a vida urbana- entendendo que esses podem ser autores de soluções criativas e transformadoras para suas cidades.
Dentro do transporte, por exemplo, a tecnologia pode ser implementada para garantir um controle de tráfego mais preciso e reduzir o congestionamento em centros urbanos. Na saúde, mapear o histórico dos pacientes pode reduzir o custo no tratamento e facilitar um diagnóstico, além de conseguir controlar o fluxo de pessoas infectadas e reduzir o contágios de doenças infectocontagiosas. Já na educação, utilizar essa tecnologia pode auxiliar programas pedagógicos como maneira de criar ensinos personalizados de acordo com os padrões de aprendizagem.
Mas, talvez, a maneira mais eficiente que governos têm utilizado o Big Data é para o combate à corrupção: A Controladoria-Geral da União (CGU) percebeu irregularidades em 15 editais de licitação e pregões eletrônicos utilizando a tecnologia, sendo que a iniciativa economizou o que seria um prejuízo de R$ 812 milhões em licitações. A técnica implementada constitui basicamente na análise dos textos publicados no portal eletrônico de compras do Governo Federal para verificar irregularidades nos documentos. Além disso, com a estrutura necessária, é possível encontrar informações sobre orçamentos de projetos, o que dificulta a deturpação dos gastos.
Não é por acaso que o uso de Big Data está como um elemento central dos 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (SDG). O potencial desses dados é de auxiliar na conquista do desenvolvimento de cidades mais sustentáveis e inclusivas e um mundo cada vez mais igualitário e com governos transparentes.
Em meio a essa revolução tecnológica, com o desenvolvimento de sistemas de geolocalização, as redes sociais se tornaram instrumentos políticos e os gestores públicos passaram a obter o poder de reconhecer os problemas em tempo real. Apesar de ser um conceito complicado, seu objetivo é simples: Big Data pode ser um elemento essencial na gestão de cidades, facilitando o planejamento urbano, aproveitando melhor os recursos públicos e gerando uma melhor qualidade de vida aos cidadãos.
O Connected Smart Cities, entendendo a necessidade da aplicação de novas ferramentas tecnológicas como forma de construir cidades mais inteligentes, humanas e conectadas , está realizando uma série sobre tecnologia. Acompanhe nossas redes sociais para os próximos conteúdos.