O porquê da quarentena ter diminuído os índices de criminalidade na maior parte dos países do mundo
Com a chegada do coronavírus e as medidas de isolamento social, muitas pessoas passaram a apontar o perigo de uma desordem social. O cenário que muitos previam era o de furtos em massa em mercados, comércios e até hospitais- com o número de desemprego crescendo e um aumento nas desigualdades sociais, parecia que a maior violência e criminalidade seriam mais um dos desafios impostos pela pandemia.
Apesar disso, dados apontam que houve uma redução nos crimes contra o patrimônio (roubos e furtos). De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP), assaltos na rua tiveram uma queda de 52% no estado do Rio de Janeiro quando comparados com março deste ano e abril do ano passado, sendo 5.699 em março e 1.829 em 2019.
A Secretaria de Segurança Pública divulgou que houve uma diminuição de 65% nos registros de furtos e 40% de roubos no geral no período entre 20 de março e 7 de abril. O levantamento foi realizado em comparação ao mesmo período em 2019 e também aponta uma redução de 41,5% nos roubos de veículos.
De acordo com um estudo realizado pelo jornal Estado de São Paulo, a diminuição dos índices de criminalidade contra o patrimônio estão sendo observados em diversos países do mundo. Ainda segundo o levantamento do jornal, durante o período de quarentena nos Estados Unidos, existem quedas dos crimes que vão desde 13%- como na cidade de Chicago- até 42% na cidade de São Francisco.
Já o número de homicídios durante o período de isolamento social parecem semelhantes ao mesmo período de 2019 em quase todas as cidades do Brasil- quase todas: a cidade de São Paulo apresentou um aumento de 10% entre março de 2019 e março de 2020. Apesar do aumento considerável, as autoridades não sabem explicar o que causou esse crescimento.
O QUE A REDUÇÃO DESSES NÚMEROS PODEM ENSINAR PARA ENTIDADES DE SEGURANÇA?
O principal motivo para a redução drástica desse número são as medidas de isolamento social- medidas essas que são temporárias. Não é possível garantir que todos fiquem confinados em suas casas para sempre e, assim que o movimento nas cidades retomar a normalidade, o índice de criminalidade também voltará e talvez pior: com os impactos econômicos da crise, a tendência é que as desigualdades sociais se acentuem e quantidade de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza aumente.
Contudo, nem tudo está perdido: medidas que estão sendo tomadas pelas entidades públicas nesse momento apontam para um futuro menos violento: medidas assistencialistas de fornecer renda para trabalhadores informais e desempregados ajudou a conter essa previsão de caos social que muitos temiam no início do coronavírus. Além disso, o maior policiamento nas ruas para garantir o fechamento do comércio proporcionou também uma maior segurança.